A vida é um canto sozinho,
eco vazio num amanhecer triste,
desvanecendo no vale dos sonhos,
onde declives choram orvalho
e arroios lamentam a tua partida
Conheces tu o limite de tudo?
O véu suave que cobriu os nossos
olhos nas noites do verão quando
uma só canção fez-nos uma casa,
telhado de estrelas, parede de
montanhas férreos, feita do amor
Disseste que partiríamos amanhã,
e ainda estou a esperar por você,
horas, noites e dias passam sem dizer
verdades, enquanto novas vidas nascem
Ouves o mundo a cantar o nosso coro?
Uma vida toda soando nas suas letras,
mil mil vozes revelam desejos noturnos
de ser, de amar e partilhar suspiros
Deixa-me à porta de ninguém,
juntos batemos às portas do infinito,
infinito que vem, infinito que fora,
só há nós dançando à beira do infinito.
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